Manoel Alves de Oliveira – SEU MANÉ da Rural, como era tradicionalmente conhecido, virou um
personagem folclórico, na Cidade de Mossoró e, um lendário da radiofonia do Rio
Grande do Norte. Ele nasceu na localidade de Pedra de Abelha, atualmente
município de Felipe Guerra - RN, no dia 22 de fevereiro de 1942. Filho de
Sebastião Lourenço e Maria Luíza da Conceição. Em 1959 perdeu seus pais e
passou a assumir a responsabilidade da família.
No ano seguinte
deixou sua terra natal e veio morar em Mossoró, onde nesta cidade iniciou os
trabalhos como auxiliar de operador de máquina dos cinemas Jandaia e Caiçara;
neste mesmo tempo foi inaugurada a Emissora de Educação Rural de Mossoró, e a
mesma promoveu um concurso, onde seu Mané se inscreveu para ser controlista,
onde foi aprovado. Ele sempre dizia “Fui eu que ajustei os microfones para o
presidente João Goulart falar, na inauguração da rádio”. Trabalhou nesta função
em apenas um ano, depois a emissora estava precisando de um locutor, quando ele
foi convocado pelo diretor artístico, Amâncio Dantas Filho.
Seu Mané também atuou em outras rádios, trabalhou na Rádio
Rural de Caicó-RN, a partir do dia 01 de abril de 1972, permanecendo apenas um
ano; nesta época foi convidado para ser o locutor oficial da campanha de Manoel
Torres para prefeito daquela cidade. Este grande profissional retornou para a
Rádio Rural de Mossoró e, em 1980, foi comunicador da Rádio Difusora de Mossoró
e, mais uma vez, voltou à Rádio Rural, onde sentia que nunca deveria ter saído,
pois sua grande paixão foi a Rádio Rural, onde trabalhou por muito tempo, se
tornando mais tarde um dos maiores radialista da cidade. Seu Mané trabalhou quase
50 anos na referida emissora e foi afastado em 2012, ele chegou a passar por
outras rádios, mas foi a Rural que dedicou a maior parte de sua vida
profissional.
Ele apresentou vários programas radiofônicos, tais como: “A
Rural, O Sertão e seu Mané”, “A Rural Jóia-Jóia”, “A Hora da Coalhada”,
“Alegria Total”, “Seu Mané Toca Tudo”, “Forrozinho Gostoso da Rural”, “O
Sertão, A Rural e Seu Mané”, “Rural às suas Ordens”, apresentou no
mini-auditório da emissora, o “Saudade, seu Nome é Música”, onde tinha a participação
de seresteiros, foram programas com perfis diferentes, mas com uma característica
em comum: a alegria do apresentador; ele ainda apresentou o programa “Alegria
Total”, diretamente do Cine Jandaia e do Cine Centenário, com muitos prêmios,
na década de 70. Também foi destaque no concurso de “A Mais Bela Voz” e nos
leilões que aconteciam durante os festejos da padroeira Santa Luzia, em Dezembro.
Seu Mané era pai de sete filhos e foi casado duas vezes. Quando apresentava o
programa “A Hora da Coalhada”, na Rádio Rural criou algumas frases que se
tornou famosa em seus programas, tais como: “Não é de Matar”, “Tá qui prá você,
Negona”, “diga ao mundo qui eu amo”, “Era um garoto que como eu, amava os
Beatles e o resto vocês sabem” e muitas outras. Por proposição do vereador
Isaac Abreu Júnior, a Câmara Municipal de Baraúnas entregou no dia 15 de
dezembro de 2002 ao radialista seu Mané, um patrimônio da radiofonia
mossoroense, o título de Cidadão Honorário baraunense. Ultimamente era casado
com Maria Madalena Fernandes de Oliveira e desse enlace nasceu os filhos: João
Kennedy, Carolina Alves e Gabriela Medeiros.
O rádio mossoroense ficou de luto, quando calou-se para sempre a voz de seu Mané, no dia 08 de outubro de 2012, às 5h00 da manhã. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no dia 01 de outubro e foi internado no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas não teve mais recuperação e veio a óbito, vítima de um coma alcoólico. Foi com muito pesar que a Rádio Rural de Mossoró comunicou o seu falecimento, local onde ele trabalhou por várias décadas. O seu corpo foi velado por parentes e amigos na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no centro da cidade e, logo após, foi sepultado no Cemitério Novo Tempo, em Mossoró-RN.
Em sua homenagem a Rádio Rural fez o lançamento do Troféu Sabiá seu Mané, que contemplou vários artistas na edição da “A Mais Bela Voz” em 2012, no adro da Catedral de Santa Luzia.
FONTE – RELEMBRANDO MOSSORÓ, DE LINDOMARCOS FAUSTINO
